CRÍTICA: Poder Sem Limites
Quando Hollywood encontra um subestilo, não larga. Vira chiclete na mente dos realizados. É um método fácil e certeiro de fazer dinheiro (até cansar). O estilo “imagens encontradas”, assim como o “câmera na mão”, por muito tempo ficou sendo a figurinha certa dos blockbusters de menor orçamento. Mas, como tudo em exagero, fatigou. O que se tornou uma ótima deixa para Poder Sem Limites se sobressair: renovar o estilo e acrescentar algo a ele.
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Poder sem Limites
por Victória Salles
O já batido estilo “imagens encontradas” que fez sucesso com A Bruxa de Blair ganha novo fôlego em Poder Sem Limites. O filme segue três colegas – Andrew (Dane DeHaan), Matt (Alex Russell) e Steve (Michael B. Jordan) – que durante uma festa encontram, por acidente, uma estranha caverna que os leva a um tipo diferente de “pedra”. A partir desse dia, os meninos começam a perceber que possuem novas habilidades telecinéticas, podendo mover ou parar objetos com a mente. Um estranho laço é criado entre os três meninos, tornando-os amigos inseparáveis. Mas o difícil relacionamento que um deles tem com sua família pode transformar seus poderes em uma perigosa arma.
Escrito e produzido por Max Landis, filho do aclamado diretor John Landis, e dirigido pelo novato Josh Trank, Poder Sem Limites é o azarão do ano. Com ótimas atuações de seu trio principal, um roteiro criativo e uma bela direção, o filme conseguiu alcançar o status de blockbuster apenas algumas semanas antes de sua estreia mundial.
Aliás, é de se aplaudir o roteiro escrito por Landis, que consegue não só renovar o gênero de “imagens encontradas”, como também transformar a presença da câmera em um dos dispositivos para se entender a personalidade de um de seus personagens. Em muitos momentos, a câmera presente em cena deixa de ser um meio e acaba sendo um fim. Com certeza o filme se beneficiaria de uma maior profundidade em todos os seus personagens, especialmente os coadjuvantes que por muitas vezes parecem “jogados” na trama – como o interesse amoroso de Matt, que só está no filme como desculpa para uma segunda câmera em cena.
Entretanto, o longa peca quando mostra o relacionamento conturbado de Andrew e seu pai de forma extremamente exagerada e caricata, colocando de forma muito explícita a culpa de todos os problemas do perturbado garoto nos ombros do pai.
Mas esses pequenos problemas são facilmente relevados à luz dos ótimos efeitos especiais e boas cenas de luta. Poder sem Limites é um filme divertido, interessante e concorrente forte ao prêmio de “melhor surpresa do ano”.
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Chronicle (EUA, 2012). Ficção Científica. Fox.
Direção: Josh Trank
Elenco: Michael B. Jordan, Dane DeHaan e Alex Russell
Trailer